quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

O Mar que Eu Aceitei

"Afogar-me nas palavras e dizer sim! Dizer sim para ele e dizer sim para mim. Tentar ser feliz porque alguém quis. Alguém quis que fosse assim."

       Eu posso ter ficado louca, ou eu posso apenas ter superado um medo desnecessário. Perdi o receio do Mar, perdi o receio de Amar. Eu sei que pode valer a pena se eu quiser que valha. Não adianta me esconder, preciso arriscar. Não só por mim.
       Talvez seja a onda que faltava para me balançar. Quem sabe desta vez eu não morra na praia. Só sei que pode dar certo se quisermos que dê. E agora, eu posso dizer nós ao invés de eu e ele. Posso mostrar que me sinto mais segura - não totalmente -, mesmo que tenha custado um pouco.
       Não, não vou me arrepender, porque na vida a gente tem que tentar. Se nunca tentarmos, o "não" sempre prevalecerá. E eu dispenso uma vida cheia de "nãos"! Eu posso até hesitar de alguma maneira, mas agora que bateu a coragem, eu precisava assimilar tudo isso.
       É, parece que tudo vai acalmar e que as ondas, desta vez, me levarão ao caminho certo, para aquela correnteza que faltava em minha vida. Parece que o arco-íris acaba no Mar e que as estrelas brilham depois que ele passa. Sim, isso sou eu concordando. Assumindo.

Eu aceito Mar, eu aceito.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Prisão Mental

       O medo não quer me deixar tentar e eu fico presa à incerteza. Desconfio da sombra e fujo do que pode até ser uma boa ideia. Não deveria pensar em como pode dar errado, ou nos motivos que podem levar a ter um fim antes do começo, mas é inevitável. Não quero ficar pensando nisso. Fico irritada comigo mesma por evitar chances.
       Sei que poderia ser a coisa certa, mas eu prefiro imaginar que é errado somente para me prevenir de mais mágoas. Já fui tão machucada que hoje tenho medo de entregar nem que seja apenas parte de meu coração. E mesmo quando tudo parece certo, eu encontro algo que seja errado só para que eu possa ter um motivo para fugir.
       Eu deveria ceder algumas vezes. Mas penso que seria um erro. Estou apavorada. Não consigo processar a informação de que alguém possa querer lutar por mim, já que ninguém nunca fez isso. Sempre desistem na primeira dificuldade. Então fechei meu coração - ou ao menos tentei fechar - para que não fosse ferida novamente.
       Posso estar me precipitando quando fujo e evito situações, mas sei que há riscos de erro. Não quero viver na incerteza. Já tive confusões e complicações demais para tão poucos anos e não quero que dure mais alguns. Eu fujo querendo ficar. O medo sempre ganha, ele sempre me convence de que ir embora é a melhor solução, mas eu cansei de partir.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Só se Ele Disser que Fica

Se ele disser que fica
Eu fujo com medo do amor
Mas se quiser que eu permita
Talvez aceite a dor

Se precisar de mim
Eu sempre estarei aqui
Precisa até ser assim
Pra dizer que sorri

Se quiser me dar uma chance
Eu fico só pra tentar
E se isso for um romance
Eu até arrisco a amar

Mas se nada der certo
Eu volto à estaca zero
Mas sempre, assim, por perto
É assim que eu espero

Foi-se

       Havia uma garota que se sentia só. Ela precisava que alguém a acolhesse, mas não encontrava ninguém que pudesse ser para ela o que ela queria ser para alguém. Ela tentou de todas as maneiras ser algo para alguém, mas sempre a faziam partir. Ela se feria para não ferir as pessoas com as quais se importava, mas as mesmas não se importavam em machucá-la.
       Um dia ela partiu pela última vez. Morreu por dentro, sim! Já que ainda não se sentia corajosa o suficiente para morrer por fora. Mas ainda havia um sorriso em seus lábios. Ela ainda aparentava alegria. Ninguém era mesmo capaz de perceber o esforço que ela vinha fazendo para não se entregar aos demônios dentro de si.
       Ela achou que deveria se esconder e foi ficando cada vez mais difícil encontrá-la. Mas ninguém a procurava, então ela desistiu. Fechou-se em uma bolha imaginária e não demonstrou mais seus reais sentimentos. Resolveu que ninguém deveria saber o que se passava dentro de seu coração e sua mente. Fugiu de tudo e de todos e fingiu que seu mar estava calmo. Sorriu, brincou, aconselhou como se ela não precisasse de conselhos. Como se não precisasse de vida.
       Ela era egoísta há um tempo atrás e, ainda se julga assim. Tenta fazer o máximo que pode para não sentir culpa, mas sente. Ela faz o que acha que precisa, mesmo que custe sua felicidade. Que, vá, nunca foi tão grande assim. Nem tão importante. Então ela sucumbiu à culpa e faleceu o pouco de alma que lhe restava.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Um Conto de Falhas que Ainda não Falhou

       De que adianta tentar apenas uma vez? Eu não sei se isso pode funcionar se deixarmos tudo sumir. Não sei nem como isso começou - aliás, começamos algo? -, mas talvez não seja a hora correta. Sei que sempre me adianto e acabo metendo os pés pelas mãos, mas isso só acontece porque sempre ajo apesar do medo. Ato de coragem? Talvez seja um ato de automutilação interior.
       Não sei o que acontece dentro de mim que ainda me faz seguir em frente e dar a cara a tapa. Eu realmente quero entender porquê depois de tantos tombos eu ainda me levanto sabendo que vou cair de novo. Talvez eu queira cair. Mas não de maneira ruim, apenas de uma maneira que me faça esquecer o resto do mundo. Talvez de uma maneira metafórica. Lúdica.
       Sei que não sente nada demais, mas ainda tenho a esperança de que alguém - talvez você - um dia ainda possa fazer dar certo. E eu não sou de cobrar, não sou de insistir e nem forçar. Acredito que quem quer ficar, fica. Eu fico, mas também sei ir embora quando necessário. Só não quero que seja necessário desta vez.
       Entendo que estou me adiantando novamente e que não sei onde isso vai dar. Talvez dê em uma história bonita, talvez dê em um conto de falhas, talvez não dê em nada. Mas tudo bem. Eu aceito a realidade que acontecer. Aceito as premissas e as consequências. Agora, acho até que aceito as emoções.