domingo, 29 de abril de 2018

Minha Sala de Amar

Como é bom quando eu chego e não posso escapar
Eu nem quero, nem sinto vontade de tentar
É meu descanso quando me esgoto
Eu volto
Volto sempre pra sala de amar

Não tem dia ruim, não tem dor
Não tem nada
Pelo menos pra mim
Só tem amor na jogada

Ahhh, como eu amo contar as histórias
Enfatizar as glórias
E dizer que confio
Eu sorrio
Vou sempre te encorajar

Se soubessem como me faz bem
Poder ensinar alguém
Poder entregar minha alma
Finalmente me sentir calma

sexta-feira, 27 de abril de 2018

💙📗📝 Por Amor

       Faz tanto tempo que não escrevo, que eu tinha pensado que nunca mais o faria. Mas é assim mesmo, a inspiração vem e vai do mesmo jeito: é fugaz. Eu fiquei tao acostumada a escrever sobre pessimismo e conformismo que esqueci de olhar pra frente. Esqueci que eu estava trilhando um caminho sem volta: o de ser quem eu sou. Às vezes as pessoas me perguntam por que eu sou professora e de onde tiro paciência pra ser. Olha, vem cá, vou te contar uma história.
       Eu nunca me vi em outra profissão que não fosse essa. E quando eu digo "nunca", é NUNCA MESMO! Eu não sei explicar, mas quando eu entro na sala de aula, na casa do aluno, no serviço do aluno, eu viro quem eu realmente sou. É tao prazeroso e natural pra mim que eu esqueço que é trabalho. É como se eu pudesse fazer isso a vida toda. Eu amo o que faço e não tenho a menor intensão de parar. Vou ser essa pessoa para o resto da vida. A professora, a teacher, a maestra, eu mesma. Preparada pra agarrar todos os alunos com meu coração e minha alma. 
       Quando eu era criança, minha brincadeira favorita era "escolinha", os jogos que eu gostava eram caça-palavras, cruzadinhas... Eu não me lembro de nenhum dia da infância em que eu não tenha escrito algo, nem que fosse uma frase, eu sempre queria escrever, ler, escrever, ler... Quando eu entrei no prézinho, eu já sabia ler, escrever letra de mão e de forma, já sabia a tabuada completa.
       Aos 7 anos eu ouvia muitas músicas, mas a que me chamou a atenção foi a Avril Lavigne. Eu amava, mas não compreendia, então eu fui aprender. Pesquisei no computador, nos livros, dicionários, revistas... E lá estava eu, com 7 aninhos, pronta pra encher a cabeça com novas informações. Eu li, ouvi, aprendi. Mas quem ficou cheio foi o coração.
       Nunca mais eu parei de ler, escrever, ouvir  e aprender. Peguei gosto pelo mundo das palavras. Eu lia dicionários e livros e músicas e bulas e rótolos e placas... Tudo era bom pra mim. Eu me apaixonei pelas palavras, pelas formas complexas e as metáforas que criavam vida quando eram ditas e/ou escritas. Meu coração já tinha decidido o quê eu iria ser.
       Aos 9 anos eu me apaixonei de novo. Ouvia RBD sem parar e já estava pesquisando tudo. Estudei mais, li, cantei, senti... Ah, como era bom amar. À essa altura, eu já havia me apaixonado três vezes: pelo português, pelo inglês e pelo espanhol. Eu dava aula para os ursinhos de pelúcia, pra mim mesma, pra parede... Eu nem sabia que estava dando aula.
       Quando eu fui pro ensino médio, fiz o quê pude pra ajudar colegas de classe que tinham dificuldades em entender as aulas, já que os professores não podiam ficar a tarde, eu ficava e orientava com o que eu conseguisse. Português, matemática, história, química, filosofia, sociologia... O quê eu pudesse, eu fazia. Mas no fim das contas, eu ainda me sentia oprimida pelas mesmas pessoas que precisaram da minha ajuda. E tudo bem, eu cresci como ser humano, eu moldei meu caráter ali, quando todos que tiravam sarro precisaram de mim. Eu nunca hesitei.
       Eu já sabia o quê eu queria ser, já tinha trabalhado com publicidade, com administração, com relações públicas e vendas. Nada disso me deu prazer, então eu arrisquei. Não me arrependo de nada a partir daí. Eu me encontrei, essa sou eu. Eu amo o quê faço e vou morrer amando. Eu percebi que minha missão é ajudar, fazer crescer, orientar e não importa o quão bagunçada a minha vida esteja, meus alunos merecem o melhor de mim! Eu sou professora, mas meu coração é de mãe. Quero fazer parte do crescimento de cada um e fico incrivelmente orgulhosa quando vejo a evolução dos meus pupilos. Me enche de orgulho saber que eu tô fazendo a diferença.
       Tem professores que só querem passar o conteúdo, tem professores que não se importam com o rendimento dos alunos e só querem saber de notas. Minha matriz deu erro nessa parte. Ou será  que foi acerto? Eu não consigo ver meus alunos com qualquer dificuldade que seja e não fazer nada. Eu quero e preciso ajudá-los. Como eu posso enfiar matéria neles quando eles nem conseguem se concentrar? Como eu posso deixar pra lá quando a confiança deles está abalada? Eu não posso, não quero, não vou. Eu faço questão que eles saibam que são únicos, maravilhosos e principalmente, são capazes! Eu confio neles porque eles são incríveis.
       Eu só queria expressar esse meu amor por fazer o que amo! Dizer que todos os dias eu acordo porque tenho uma missão pra cumprir. E que eu nunca vou abrir mão de lutar por cada aluno que passar por mim. Porque se eu não fizer isso, eu não vou mais ser eu.