domingo, 30 de dezembro de 2012

Uma Névoa

       Tudo o que vemos quando estamos apaixonados é destorcido. Tudo o que é ilusão parece tão real que não nos damos conta do que está acontecendo de verdade. Ficamos tão bobos que não percebemos que estamos cegos e perdidos em um caminho cheio de nuances. Cada uma dessas nuances nos leva à um lugar diferente, cada uma delas nos faz tomar uma decisão distinta. Muitas vezes optamos pela nuance errada e por isso deixamos a paixão enxergar por nós.
       Nós perdemos o controle de nós mesmos e é difícil voltar atrás quando isso ocorre. Deixamos chances passarem por nós, deixamos a vida preta e branca enquanto sonhamos com o amor colorindo a mesma. E, até que possamos retomar nossa lucidez, acreditamos que estamos coloridos. Na verdade, isso é apenas uma névoa causada pela paixão.
       O problema em se ter expectativas baseadas em ilusões é que quando não acontece o esperado, ficamos sem rumo. Às vezes, ficamos incrédulos e até amargos. Eu, pessoalmente, não acredito que seja a melhor maneira de lidar com o problema, mas não forçaria ninguém a mudar o que está sentindo, pois o que é individual, tem que ser tratado como tal.
       Ainda assim, atrevo-me a dar uma dica: se seu amor não foi correspondido, não deixe que isso o fique corroendo, mude as atitudes, não seja tomado pela incredulidade de um novo amor, imaginando que será igual - você não tem como saber.


O amor é uma busca mútua entre cegos num labirinto de vidro. - Gugu Keller.

Emily Tem Um Anjo (Emily Has An Angel)


       Havia uma garota que tinha medo de dizer o que ela pensava. Ela se escondia, enfiava a cabeça nos livros e "adeus mundo". Esta garota era inteligente, objetiva, talentosa, mas tinha medo do que diriam a seu respeito.
       Um dia, enquanto ela se perdia em suas fantasias, começou a desenhar. Ela começou com as asas e depois fez o halo. Ela viu que faltava algo, então desenhou o anjo segurando uma espada. "Que desenho mais idiota" - ela pensou. E aí ela amassou o papel e pegou outra folha.
       Ela começou com o rosto, desta vez... Depois os cabelos, e então o corpo. E aí sim, ela fez as asas e o halo novamente. Dessa vez ela achou que havia ficado melhor. Ao invés da espada, ela completou o desenho com uma âncora, e, nesta âncora havia um coração.
       Mas então bateram na porta do quarto de Emily. Ela se assustou e o lindo anjo caiu ao chão. Ela abriu a porta e se arrependeu no mesmo instante. O seu irmão mais novo foi logo entrando sem nem pedir licença. Emily ficou atordoada por dois motivos, primeiro: ela odiava que entrassem em seu quarto sem permissão; e segundo: não estava encontrando o seu anjo caído.
       E quando ela pensou que não poderia piorar, ela viu que seu irmão estava pisando em seu lindo desenho.
       - Saia já daqui Brian! - ela disse.
       - Eu não estou com vontade, vou ficar. - o garoto disse, com um sorriso maléfico.
       - Um, dois, três... - Brian a interrompeu.
       - Está bem, está bem. Você venceu Emily, estou indo. - disse ele, já saindo do quarto.
Emily correu em direção ao anjo e teve uma surpresa. O papel estava em branco! Ela não conseguia entender, o anjo estava lá a dez segundos atrás.
       Então Emily deitou em sua cama e colocou o travesseiro na cabeça. Ela sentia-se só novamente. Mas ela sentiu algo tocando em suas pernas e em um pulo, virou-se na direção de uma figura majestosa, algo que ela nunca havia visto antes, algo que ela nem sabia que poderia ser real.
       A figura olhou fixamente nos olhos de Emily e disse:
       - Emily, você tem um Halo! E Espero que possa usá-lo somente para o bem. Aqui, você se sente só e tem um motivo para isso. Você não pertence mais a este mundo, o seu lugar é o paraíso. Venha comigo e eu te ajudarei.
       Emily estava assusta, mas ao mesmo tempo, ela sentia uma paz notória. Ela queria fugir, precisava fugir dalí e deu a mão para a figura. Mas Emily ainda estava confusa. E foi então que ela percebeu que a figura era seu próprio desenho. E quando eles pularam a janela, o anjo disse:
       - Desculpe-me, eu não me apresentei, prazer, Gabriel.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

3/4 de Mim

       Eu queria ter escrito isso antes, mas só agora eu percebi este fenômeno. Acho que em aproximadamente oito anos, é a primeira vez que não me sinto apaixonada. Hoje estou me sentindo tão livre, tão louca e tão minha! Sinto que não dependo de ninguém para ter felicidade em minha vida. Sinto que posso abandonar quaisquer mágoas que ainda haviam em meu coração.
       Hoje não sinto mais borboletas no estômago quando falo de você, nem quando falo com você, nem quando falam de você e nem quando escrevo pensando em você e nem quando penso em você! NÃO É MÁGICO?! *-* Eu não estou mais apaixonada nem por você e nem por ninguém! Isto tem de ser comemorado!
       Eu amei de verdade três vezes! Foram três tipos diferentes de amor. Três tipos de sofrimentos diferentes. Três tipos de aprendizado.
       Na primeira vez, durou mais! O meu primeiro amor era tão puro, que chegava a ser platônico. E só não era, porque durou quatro intensos anos. Ele não me trouxe tanta dor, aliás, acho que nem doeu. E não foi porque meu amor não era real. Simplesmente não aconteceu nada demais. Ele era correspondido, mas era tão infantil e bobo que nem parecia ser amor, mas era! Ah... E como era!
       Na segunda vez, durou aproximadamente dois anos e meio. Este amor foi muito mais realista, pois doeu, era proibido, era uma loucura, era irracional e inconsequente. Não podia acontecer nada e, realmente, não aconteceu. Porém, foi um amor que me deu muitas inspirações, muitos entendimentos. Cresci com este amor insolente.
       Na terceira vez - não faz muito tempo -, foi breve, porém, não passageiro; apenas breve o suficiente. Durou pouco mais que oito meses, não por não ser real, mas por ser o mais intenso de todos, por ter sido aquele que parecia que poderia dar certo. Foi o amor mais doloroso, o que mais me inspirou, que mais me ensinou, um amor que mais me desgastou. Foi algo complicado, com chances perdidas, com brigas, desavenças, intrigas, paixão, promessas, provocações, infantilidade, confusão, drama. FOI O AMOR QUE MAIS AMEI E SEI QUE JAMAIS SEREI CAPAZ DE AMAR ALGUÉM COM ESSA INTENSIDADE OUTRA VEZ. Não dava para ser mais real e problemático.
       Em cada um desses amores, eu aprendi algo diferente. Aprendi que quando você é criança você também ama, aprendi que mesmo um amor sendo correspondido às vezes não é o suficiente para que dê tudo certo, aprendi que você pode falar o que for, mas que se não é para acontecer, não acontecerá! Aprendi que amor não tem idade, não tem hora para acontecer, aprendi que você não pode controlar o que sente e que você sempre fará algo inconsequente por um amor, quer queira, quer não. Aprendi que quando você tenta de verdade você consegue fazer o melhor para si mesmo, aprendi que cumplicidade é o fator principal que deve existir em um relacionamento, aprendi que se começa errado fica sempre errado e acaba por não dar certo, aprendi que se você quer crescer deve ser de verdade, tem que ser por querer, aprendi que às vezes agimos como outra pessoa, só para atingir as expectativas de alguém e que no fim, a gente acaba se decepcionando quando se entrega demais.
       Eu jamais desistiria do amor, mas agora eu tenho mais cuidado. Não é fácil identificar quem te ama de verdade, porque é raro isso acontecer mais de uma vez. Quando você encontra alguém que te ama e que está disposto a fazer tudo por você, está na hora de amar, de se apaixonar sem medo e sem insegurança. Quando você souber que tudo isso é real, entregue-se, mas jamais entregue-se por inteiro, pois 75% de você não pode partir. Portanto, entregue apenas 25% de você, assim, se você se quebrar outra vez, três quartos de você ainda serão seus. Fica mais fácil recuperar aquele um quarto que se perdeu por amar demais.

Eu Faço Poesia

Eu faço poesia
Para me entreter
Quando algo me incomoda
Tenho que escrever

Eu faço poesia
Porque eu gosto de fazer
Nem sempre é de alegria
Mas é assim que tem que ser

Eu faço poesia
Porque me apaixono
E quando arranjo rimas
Então eu perco o sono

Eu faço poesia
Porque isso me acalma
Eu fujo da rotina
E lavo minha alma

domingo, 23 de dezembro de 2012

       Eu só queria que você parasse de fazer isso, parasse de permanecer em minha vida. Queria que você entendesse que quando acaba, não pode haver laços, pois piora a situação. Queria que você não falasse mais comigo, queria que não fosse legal e queria que não fosse indelicado. Só queria que você desaparecesse!
       Mas você não entende tudo isso. Acha que faço drama, mas não percebe que o dramático da história é você. Eu tento ao máximo evitar que suas loucuras e indecisões me atinjam, mas eu não consigo às vezes. Eu queria ter coragem para mandá-lo embora de minha vida. Sou uma tonta por ainda achar que podemos ser amigos. ISSO NUNCA VAI ACONTECER. Não dá pra ter amizade dessa maneira. Aliás, da última vez que você me chamou de amiga, eu quase desmoronei.
       Caramba, você não sabe o quanto eu luto para não derramar uma lágrima sequer por ti, mas, às vezes, parece impossível. Eu queria ter coragem de dizer isso tudo para você frente a frente. Odeio-me por ser tão fraca em relação à ti.

DESAPAREÇA.

domingo, 16 de dezembro de 2012

       E eu que pensei que não choraria mais por ti. Eu estava completamente enganada. Eu já me cansei de me sentir triste. Eu pensava que a culpa era sua, mas eu estava errada... A culpa era minha! Era minha porque eu facilitei sua entrada em minha vida, minha porque eu respondi aquele maldito sms, minha porque eu deixei você me beijar, minha porque eu quis te beijar de novo, minha porque sou fraca... Sou fraca de coração.
       Eu chorei por tantas vezes que hoje nem me lembro de todos os "porquês", nem me lembro dos dias, das noites, das manhãs... Só sei que chorei. E estou chorando de novo, mas tudo bem. Como sempre, vai passar.
       Eu sabia que uma hora ou outra isso aconteceria, eu sabia que iria doer, sabia que você partiria de vez e que eu teria sinais claros do final desta história. Eu só não sabia que ia doer tanto assim, não sabia que teria vontade de gritar, não sabia que conseguiria fingir tão bem para você.
       Quer saber? EU MENTI PARA VOCÊ. E mentiria quantas vezes fossem necessárias. Eu aprendi uma coisa: eu não serei mais tão fraca e não direi diretamente à você os meus motivos para chorar. Se você se preocupou - ou se fingiu muito bem que estava preocupado - comigo, se você quis saber porque eu estava triste, é porque você sabe que o motivo é você.

Eu te amo, mas negarei isso para mim mesma até a morte a partir de hoje.

sábado, 1 de dezembro de 2012

A Outra Face


       ‎"Dar a outra face é um símbolo de maturidade e força interior. Não se refere à face física, mas à psíquica. Dar a outra face é procurar fazer o bem para quem nos decepciona, é ter elegância para elogiar quem nos difama, altruísmo para ser gentil com quem nos aborrece. É sair silenciosamente e sem estardalhaço da linha de fogo dos que nos agridem. Dar a outra face previne homicídios, traumas, cicatrizes impagáveis. Os fracos se vingam, os fortes se protegem." - Augusto Cury



       E é isso o que eu faço todo santo dia. Todas as vezes que eu não revidei, todas as vezes que eu fui legal com quem me destratou, todas as vezes que eu ajudei quem me atrapalhou. Eu nunca cobrei nada das pessoas que me julgaram e ainda me julgam. Eu nunca desejei o mal à elas.
       Eu penso todos os dias, tento encontrar o porquê de dizerem o que dizem de mim, tento entender o que se passa em suas cabeças conturbadas, mas eu juro, eu não entendo. Eu pensei em perguntar para essas pessoas por que elas agem como idiotas em relação a mim, mas sabe, é melhor não perguntar. Viver assim já é motivo o suficiente para permanecer calada.
       Talvez eu não tenha superado as expectativas delas. Mas quem disse que devo superá-las? Tenho que viver para mim e não para os outros. Mas dói. Sim, dói. Porque eu não sei o motivo da falsidade, não sei o motivo do ódio, não sei o motivo do desapontamento.
       Quem sabe um dia eu deixe de ser tonta e pare de dar valor à quem nem gosta da minha presença. Aprendi que por mais que se ajude uma pessoa, isso não a fará gostar de você, ela apenas saberá quando tem que ser simpática para conseguir o que quer, mas depois, bem, depois tudo voltará ao seu estado "normal", tudo será ruim e impiedoso novamente. Porque eles não ligam para o que dizem, somente para o que receberão.