segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Eu Nunca Dormi Bem

       Como é se sentir amada? Como é ter certeza de que alguém te ama e faria tudo por você? Como é se sentir importante? Como é se sentir necessária? Como é ter certeza de que está no lugar certo na hora certa? E como é poder responder à essas perguntas de uma maneira diferente de "não sei"? Porque essa seria a minha resposta para qualquer uma dessas perguntas. Eu não sei.
       Antigamente eu sentia as coisas ruins, mas isso não acabava comigo. Eu não sentia tudo desmoronar dentro de mim quando eu era mais nova. Mas isso já faz muitos anos. Hoje eu sinto tudo. Qualquer coisa ruim, por menor que seja, eu sinto como se fosse um soco no estômago, daqueles que te deixa sem ação e sem ar. Não deveria doer tanto.
       Não menosprezo dores alheias, mas não consigo invalidar as minhas. Mesmo assim, pareço egoísta por falar da minha dor. Eu sinto esse egoísmo, sinto que quando me exponho as pessoas perdem o interesse, então me calo. Não deveria ser tão difícil falar de sentimentos, mas existe um problema quando sentimos tudo e nada ao mesmo tempo. Será que isso é o vazio de que todos falam? É sentir tudo e nada ao mesmo tempo? É querer chorar, mas não ter mais lágrimas? É ter um nó permanente na garganta?
       Eu não me sinto confiante. Não me sinto bem com relação aos outros e nem comigo mesma. Não gosto mais de sair de casa como eu gostava antes. Não gosto mais de conversar como eu gostava antes. Não gosto de mim como eu gostava antes. Será que é culpa minha eu não gostar de mim? A culpa é minha quando ninguém me aguenta mais. Eu sei como posso ser dispensável, substituível e inferiorizada. Sei que não sou o bastante. Não preciso que esfreguem isso na minha cara.
       Metade do que sou é chata, sem nada de especial, vazia e indiferente. A outra metade já se foi. Não tenho mais a parte boa que me deixava sorrir, que gostava de falar e que era alegre. Faz tantos anos que não me reconheço mais. Tantos anos que eu nem sei o que me fez mudar. Aliás, nem sei se o "eu" que sou agora é meu "eu" verdadeiro que estava escondido no fundo de um "eu" superficial. Será que é assim que a gente se dá conta de quanta indiferença valemos nesse mundo? Ou será que é assim que a gente decide partir?
       Eu tento. Eu juro. Mas eu não consigo ser a pessoa boa que querem que eu seja, eu não consigo ter a paciência que querem que eu tenha, eu não consigo viver a vida que querem que eu viva. Sou uma pessoa tão ruim nesse mundo. E provavelmente em vários outros. Não sei ser perfeita, não sei nem chegar próximo à perfeição. Só sei ser eu. Mas esse "eu" não basta para o mundo e muito menos para mim.
       De todas as vontades que tenho, a maior é querer me desculpar com todos os que já passaram pela minha vida. Queria poder pedir perdão pelo impacto que causei - se é que causei algum. Queria me desculpar por ter estado presente nessas vidas e pelo mal que, provavelmente, causei. Queria que todas essas pessoas entendessem que não sou ruim porque quero, mas apenas sou e não consigo modificar isso. Eu não nasci pronta.
       Sei que causo irritação, chateação, esquiva, raiva, ódio, decepção... Mas nunca consegui evitar isso. Não importa o quanto eu tente, eu não consigo ser melhor. Não consigo não ser mais que um desapontamento. Não sei causar bons impactos.

"Você dorme bem porque sabe que é amado.
Eu nunca dormi bem assim."
- Êxodo: Deuses e Reis

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Messed up

       I know that may be ridiculous but sometimes we are like this. We are all ridiculous. It's a funny story when you start to talk but then you want to cry. I don't know what about I'm writing this night but I know that is a feeling. And a feeling can't be ignored anyway.
       I found myself laying in bed crying about nothing and also crying about everything. But what is everything? What is a thing when you feel that you are nothing? Sometimes I really feel like I'm nothing and I'm not proud of it but it is the truth. I need to hide this but I feel this stamped on my face. Everytime I look to the mirror I can see the chaos. 'Cause I am the chaos.
       It's not personal. I am the only blamed. I just don't really know how to handle with myself. I don't know how to handle with my secrets or with my weaknesses or with my self-harm. No one can see but me. I am my own trouble. And that's the real trouble! I just don't know how to fix this. I don't know how to fix me.
       Maybe one day I get over all this mess. I can keep quiet in my room while the teardrops on my face falls down. Because it's the only thing that sometimes I can control. I can cry alone in my bed or just cry inside next to someone. Perhaps I'll die alone like I always thought. Perhaps someone will stay with me forever. I don't wanna guess it.

(in english is better)