terça-feira, 28 de agosto de 2018

Ariel de Verdade 🧜🏻‍♀️




       Quem assistiu aos filmes de “A Pequena Sereia” sabe que o sonho da Ariel era ser humana. Mas então porque 80% dessas pessoas insistem em dizer que ela entregou sua doce voz para a Bruxa do Mar por causa de um príncipe? Mas ué, ela já era encantada pelo mundo humano, por que, cargas d’água, ela deixaria de ser sereia SOMENTE por um príncipe? Isso faz tanto sentido quanto dizer que o sol é quadrado! Para e pensa: ela JÁ queria ser humana, mesmo ANTES de conhecer o Príncipe Eric. Tá na hora de a Ariel ter um reconhecimento aqui!
       Sou suspeita pra falar, já que a Ariel é minha princesa favorita. Esses dias, entre uma pesquisa e outra, percebi algo que já vinha me incomodando a um tempo: vocês não param de falar que “a Ariel é a pior princesa porque abriu mão da voz e de ser sereia por causa de homem”... Como assim? Ela sempre foi curiosa com o mundo acima do oceano, sempre colecionou objetos perdidos que a encantavam, sempre quis ser parte desse mundo. O Príncipe Eric foi um acaso. Vocês têm que entender que a Ariel é um espírito livre, mas ainda assim, tem sentimentos e controvérsias. Na verdade, é bem simples! O Eric estava lá e servia de desculpa. A Úrsula, Bruxa do Mar, tinha o poder de transformar a Ariel em humana. A Ariel estava disposta a pagar o preço.
       Já tá na hora de vocês pararem com essa mania de achar que a Ariel queria homem, né? Ela queria o mundo humano. O Eric foi só a desculpa que faltava pra que isso fosse concretizado. Ela não foi burra, nem ingênua. Ela foi determinada, sabia o que queria desde o início, foi contra todos os princípios do mar somente pra ser quem ela queria ser. Ela queria ser parte do mundo dos humanos, queria ser uma de nós. Vocês desmerecem a Ariel porque é muito mais fácil falar que ela foi atrás de macho do que admitir que uma mulher pode fazer seu próprio destino – independente de tem um (a) parceiro (a) envolvido.
       Ariel é um símbolo de força, curiosidade, inteligência, destreza, determinação e coragem. Ela é gentil, mas questiona as autoridades quando se sente lesada. Ela é amorosa, mas não deixa que isso a impeça de prosseguir seu caminho. Ela é cuidadosa, mas não tem medo de arriscar quando está determinada. E se isso não é um modelo, não sei o que mais pode ser...


"Ir onde eles andam
Ir onde eles correm
Ir onde eles ficam o dia inteiro no sol
Imaginando livre, gostaria de
Fazer parte desse mundo
O que eu daria
Se eu pudesse viver fora dessas águas?
O que eu pagaria
Para gastar o dia aquecendo na areia?"
- Part of Your World - The Little Mermaid


quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Fantasmas

"Como você pode se afastar de algo e ainda assim voltar para ele?"


       Às vezes a gente foge tanto que nem vê pra onde vai. Eu corri do passado pra dar de cara com ele uma bela manhã e ainda sim me senti assombrada. Será que isso nunca muda? Será que a gente vai sempre ser assombrado por algo ou alguém? Quando é que a gente para de se importar com os fantasmas da vida? Faz anos que espero meus fantasmas se dissiparem, mas eles continuam vívidos aqui. Eles ainda vêm durante a noite em minha mente e ainda me assustam.
       Eu sempre achei que em dado momento da vida eu esqueceria - ou superaria - coisas que doeram muito. Mas ainda me pego remoendo coisas que nem deveriam mais fazer sentido. O lado bom é que eu entendo coisas que não tinha maturidade pra entender - o lado ruim também. Mas qual o ponto, afinal? Passou! Passou? Nem sei se acabou. Tem coisa que acaba hoje, tem coisa que acaba nunca.
       Eu sei, eu sei. Tô remoendo coisa que nem condiz mais comigo. Mas tem coisa que me incomoda, coisa se repetindo. Quer dizer, não é repetição, eu que tô associando coisas que não têm nada a ver uma com a outra. Você tá seguindo minha linha de raciocínio? Isso é uma linha de raciocínio? Porque eu escrevo, escrevo e parece que não disse nada. Parece que não flui como fluía antes. Sou eu ou será que a inspiração não é mais parte de mim? Algum dia já foi? Todos aqueles cadernos são pensamentos meus ou foram só epifanias?
       Um dia desses, eu percebi que tinha alguma coisa interferindo na minha mente. Outra vez. Fazia tempo que algo assim não acontecia. Quer dizer, eu acho que venho sentindo algo que eu não deveria. Mas como é que controla? Eu ainda não faço a menor ideia de como controlar sentimentos. Nem nunca vou fazer. Eu sei. O que eu quero aqui é elucidar que qualquer tipo de sentimento que eu venha a apresentar perante a sociedade (que?) é INVOLUNTÁRIO! Pelo amor de tudo, olha pra minha cara, eu nem sei controlar minha cara de desgosto, quem dirá sentimentos mais fortes. É só um lembrete. Pra mim. Não pra você. Quer dizer, quem tem que lembrar que não tem culpa sou eu. Eu acho. E você?