terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Foi-se

       Havia uma garota que se sentia só. Ela precisava que alguém a acolhesse, mas não encontrava ninguém que pudesse ser para ela o que ela queria ser para alguém. Ela tentou de todas as maneiras ser algo para alguém, mas sempre a faziam partir. Ela se feria para não ferir as pessoas com as quais se importava, mas as mesmas não se importavam em machucá-la.
       Um dia ela partiu pela última vez. Morreu por dentro, sim! Já que ainda não se sentia corajosa o suficiente para morrer por fora. Mas ainda havia um sorriso em seus lábios. Ela ainda aparentava alegria. Ninguém era mesmo capaz de perceber o esforço que ela vinha fazendo para não se entregar aos demônios dentro de si.
       Ela achou que deveria se esconder e foi ficando cada vez mais difícil encontrá-la. Mas ninguém a procurava, então ela desistiu. Fechou-se em uma bolha imaginária e não demonstrou mais seus reais sentimentos. Resolveu que ninguém deveria saber o que se passava dentro de seu coração e sua mente. Fugiu de tudo e de todos e fingiu que seu mar estava calmo. Sorriu, brincou, aconselhou como se ela não precisasse de conselhos. Como se não precisasse de vida.
       Ela era egoísta há um tempo atrás e, ainda se julga assim. Tenta fazer o máximo que pode para não sentir culpa, mas sente. Ela faz o que acha que precisa, mesmo que custe sua felicidade. Que, vá, nunca foi tão grande assim. Nem tão importante. Então ela sucumbiu à culpa e faleceu o pouco de alma que lhe restava.

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