quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Fantasmas

"Como você pode se afastar de algo e ainda assim voltar para ele?"


       Às vezes a gente foge tanto que nem vê pra onde vai. Eu corri do passado pra dar de cara com ele uma bela manhã e ainda sim me senti assombrada. Será que isso nunca muda? Será que a gente vai sempre ser assombrado por algo ou alguém? Quando é que a gente para de se importar com os fantasmas da vida? Faz anos que espero meus fantasmas se dissiparem, mas eles continuam vívidos aqui. Eles ainda vêm durante a noite em minha mente e ainda me assustam.
       Eu sempre achei que em dado momento da vida eu esqueceria - ou superaria - coisas que doeram muito. Mas ainda me pego remoendo coisas que nem deveriam mais fazer sentido. O lado bom é que eu entendo coisas que não tinha maturidade pra entender - o lado ruim também. Mas qual o ponto, afinal? Passou! Passou? Nem sei se acabou. Tem coisa que acaba hoje, tem coisa que acaba nunca.
       Eu sei, eu sei. Tô remoendo coisa que nem condiz mais comigo. Mas tem coisa que me incomoda, coisa se repetindo. Quer dizer, não é repetição, eu que tô associando coisas que não têm nada a ver uma com a outra. Você tá seguindo minha linha de raciocínio? Isso é uma linha de raciocínio? Porque eu escrevo, escrevo e parece que não disse nada. Parece que não flui como fluía antes. Sou eu ou será que a inspiração não é mais parte de mim? Algum dia já foi? Todos aqueles cadernos são pensamentos meus ou foram só epifanias?
       Um dia desses, eu percebi que tinha alguma coisa interferindo na minha mente. Outra vez. Fazia tempo que algo assim não acontecia. Quer dizer, eu acho que venho sentindo algo que eu não deveria. Mas como é que controla? Eu ainda não faço a menor ideia de como controlar sentimentos. Nem nunca vou fazer. Eu sei. O que eu quero aqui é elucidar que qualquer tipo de sentimento que eu venha a apresentar perante a sociedade (que?) é INVOLUNTÁRIO! Pelo amor de tudo, olha pra minha cara, eu nem sei controlar minha cara de desgosto, quem dirá sentimentos mais fortes. É só um lembrete. Pra mim. Não pra você. Quer dizer, quem tem que lembrar que não tem culpa sou eu. Eu acho. E você?

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