terça-feira, 24 de julho de 2012

Encantos se Quebram, Sabia Garota?

       Ela não sabia o que a esperava, não fazia ideia do que iria enfrentar. Aos quinze, uma paixão avassaladora penetrou-se em seu coração, a garota já não sabia mais o que fazer. Aos dezesseis a paixão persistia e ela se sentia quebrada - não fora correspondida, oh minha criança?. Ela se sentia perdida e não confessava à ninguém, mas queria livrar-se dessa paixão, que à muito não lhe cabia mais sentir. Próximo aos dezessete ela sentia-se aliviada de não lembrar da paixão diariamente e pensou que estava à salvo - pobre coitada.
       E quando os dezessete estavam quase para serem consumados, o destino pregou-lhe uma peça: uma paixão ainda mais avassaladora, daquele tipo que não invade apenas o coração, do tipo que se instala diretamente na alma. Ah, se ela soubesse! 
       A garota foi ingênua, pensou que não haveria paixão, pensou que era apenas uma nova chance, pensou que poderia escapar quando quisesse dos braços daquela paixão nada promissora. Ela se enganou, mais uma vez a garota caiu.
       Ela insistiu, pensou que poderia ser algo além de tudo o que existe no céu e na Terra. Estabacou-se. Ela se entregou, fez coisas que não se imaginava capaz, assumiu para quem quisesse saber, não fugiu de nada. E embora estivessem indo com calma - relativamente com calma -, ela esperava muito mais.
       Um certo dia, veio uma comemoração, tudo parecia bem, tudo fluía. Foi um dia lindo, um dia inesquecível. Mas no fim da tarde a garota já sabia que o encanto havia se quebrado. Ela não disse nada à sua paixão, pois pensou que ele à repreenderia e negaria o óbvio, resolveu pensar então que era coisa de sua cabeça. Passaram-se alguns dias, ela encontrou sua paixão, mas ela sabia que algo mudaria e infelizmente isso foi confirmado na primeira visão que teve de seu amado.
       O encanto quebrou. Tudo ficou cinza. A pobre garota pensou ser culpa dela e, mesmo que ele dissesse que não, ela não mudaria de ideia. Ela sabia que o maior erro foi ela ter entrado em sua vida. Ela sabia, não em seus pensamentos, não em seu coração, mas sim em sua alma que o havia prejudicado.
       Por dias a garota se sentiu mal, até que seu amado lhe propôs um dia apenas, ela não hesitou. A garota sabia da encrenca em que estava se metendo, mas não importava, ela só queria uma chance - embora quem precisasse de chances não fosse ela. Ela tentou, mais uma vez. E é claro que foi em vão. O que se esperaria de um dia? Bom, ela esperou demais.
       E depois de tudo, de todas as conversas mal feitas, todas as confusões incessantes, todos os argumentos furados, a garota pôs-se a pensar: "Eu me entreguei demais, fui imatura, ingênua, não agi da maneira correta. Só prejudiquei meu amado e agora ele apenas me vê como amiga - e ainda tenho sorte de ser ao menos uma amiga. Como pude ser tão cega? Como pude deixar tudo isso acontecer? Eu sempre soube que não daria certo, eu sabia que seria complicado, sabia que sairia machucada e que o machucaria também. Fui tola a ponto de acreditar no 'para sempre', fui impulsiva, mesmo sabendo de todas as consequências. E pior, deixei que se tornasse público. Não por mim - dane-se o que pensam de mim -, mas por ele - não quero que pensem mal dele. Eu me enganei, mais uma vez!".
       A garota partiu, mas ele a chamou de volta. Embora ela quisesse uma reaproximação diferente da que teve, ela se sente mais leve. Ela aceitou ser amiga, por que o que importava era a felicidade de seu amado. Ela o quer tão bem, que revogou seus sentimentos para que ele fosse feliz. Até aqui, tudo bem. O resto é o que realmente preocupa a garota.

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