sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

3/4 de Mim

       Eu queria ter escrito isso antes, mas só agora eu percebi este fenômeno. Acho que em aproximadamente oito anos, é a primeira vez que não me sinto apaixonada. Hoje estou me sentindo tão livre, tão louca e tão minha! Sinto que não dependo de ninguém para ter felicidade em minha vida. Sinto que posso abandonar quaisquer mágoas que ainda haviam em meu coração.
       Hoje não sinto mais borboletas no estômago quando falo de você, nem quando falo com você, nem quando falam de você e nem quando escrevo pensando em você e nem quando penso em você! NÃO É MÁGICO?! *-* Eu não estou mais apaixonada nem por você e nem por ninguém! Isto tem de ser comemorado!
       Eu amei de verdade três vezes! Foram três tipos diferentes de amor. Três tipos de sofrimentos diferentes. Três tipos de aprendizado.
       Na primeira vez, durou mais! O meu primeiro amor era tão puro, que chegava a ser platônico. E só não era, porque durou quatro intensos anos. Ele não me trouxe tanta dor, aliás, acho que nem doeu. E não foi porque meu amor não era real. Simplesmente não aconteceu nada demais. Ele era correspondido, mas era tão infantil e bobo que nem parecia ser amor, mas era! Ah... E como era!
       Na segunda vez, durou aproximadamente dois anos e meio. Este amor foi muito mais realista, pois doeu, era proibido, era uma loucura, era irracional e inconsequente. Não podia acontecer nada e, realmente, não aconteceu. Porém, foi um amor que me deu muitas inspirações, muitos entendimentos. Cresci com este amor insolente.
       Na terceira vez - não faz muito tempo -, foi breve, porém, não passageiro; apenas breve o suficiente. Durou pouco mais que oito meses, não por não ser real, mas por ser o mais intenso de todos, por ter sido aquele que parecia que poderia dar certo. Foi o amor mais doloroso, o que mais me inspirou, que mais me ensinou, um amor que mais me desgastou. Foi algo complicado, com chances perdidas, com brigas, desavenças, intrigas, paixão, promessas, provocações, infantilidade, confusão, drama. FOI O AMOR QUE MAIS AMEI E SEI QUE JAMAIS SEREI CAPAZ DE AMAR ALGUÉM COM ESSA INTENSIDADE OUTRA VEZ. Não dava para ser mais real e problemático.
       Em cada um desses amores, eu aprendi algo diferente. Aprendi que quando você é criança você também ama, aprendi que mesmo um amor sendo correspondido às vezes não é o suficiente para que dê tudo certo, aprendi que você pode falar o que for, mas que se não é para acontecer, não acontecerá! Aprendi que amor não tem idade, não tem hora para acontecer, aprendi que você não pode controlar o que sente e que você sempre fará algo inconsequente por um amor, quer queira, quer não. Aprendi que quando você tenta de verdade você consegue fazer o melhor para si mesmo, aprendi que cumplicidade é o fator principal que deve existir em um relacionamento, aprendi que se começa errado fica sempre errado e acaba por não dar certo, aprendi que se você quer crescer deve ser de verdade, tem que ser por querer, aprendi que às vezes agimos como outra pessoa, só para atingir as expectativas de alguém e que no fim, a gente acaba se decepcionando quando se entrega demais.
       Eu jamais desistiria do amor, mas agora eu tenho mais cuidado. Não é fácil identificar quem te ama de verdade, porque é raro isso acontecer mais de uma vez. Quando você encontra alguém que te ama e que está disposto a fazer tudo por você, está na hora de amar, de se apaixonar sem medo e sem insegurança. Quando você souber que tudo isso é real, entregue-se, mas jamais entregue-se por inteiro, pois 75% de você não pode partir. Portanto, entregue apenas 25% de você, assim, se você se quebrar outra vez, três quartos de você ainda serão seus. Fica mais fácil recuperar aquele um quarto que se perdeu por amar demais.

2 comentários:

  1. O amor é uma busca mútua entre cegos num labirinto de vidro.
    GK

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    1. Sim, como se não importasse a transparência dos fatos, como se não importasse que tudo está claro, ainda assim, quem ama não vê nada.

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