sábado, 25 de agosto de 2012

       Às vezes, fico à espera de um som. E tento conter a ansiedade quando realmente o escuto. Meu cérebro diz: "idiota! é claro que não é ele. por que seria? pare de besteira.", mas o meu coração insiste: "vá olhar logo esse celular. ele deve ter mandado um sms para você. vá garota, olhe logo, é ele sim!". E eu odeio os sintomas psicossomáticos que tenho quando isso acontece.
       Eu não sei bem o por quê, mas adoraria descobrir. Você tem esse efeito sobre mim. Eu não consigo me livrar desses sentimentos, dessas esperanças. E quando você chega perto, me abraça, e sussurra algo nos meus ouvidos, a minha vontade é pedir que você pare antes de eu fazer uma loucura.
       Quando você segura as minhas mãos, quando olha nos meus olhos, quando me irrita e me faz cócegas, eu tenho a maldita mania de pensar que talvez possa dar certo. E quando você diz que tem um lugar especial pra mim, aí pronto, o coração começa de novo, ele pulsa, grita, e quase explode... Mas por fora eu apenas sorrio e olho nos teus olhos como se nada estivesse acontecendo dentro de mim.
       E quando você diz que quer falar algo, só me falta saltar de um avião sem para-quedas. Eu não sei bem o que é isso, mas tenho certeza de que me trará problemas futuros. Você não consegue entender que isso me quebra por dentro, ao mesmo tempo que me dá motivos para seguir em frente.
       Mas quando você diz que é meu amigo, aí sim, aí não precisa dizer mais nada. Por que nada pode superar o aperto que sinto ao ouvir isto da sua boca. Nada pode ser tão dolorido, nada pode ser tão dramático, tão ridículo, tão infame, tão infantil... E nem tão covarde.
       Como consegue me chamar de amiga? Eu queria conseguir isto também. Eu não entendo mais nada. Você me chama de amiga, mas tem um cantinho especial para mim - e lá tem coisas que nem eu tenho mais -, diz que sente muito minha falta, me abraça como se não quisesse me soltar nunca mais, tenta realizar um sonho meu. Temos mil coisas em comum e ainda assim somos como amigos que se amam, mas têm medo de dizer.
       Eu queria - do fundo do meu coração, eu juro - conseguir ser apenas tua amiga, mas é difícil. Você sabe o que eu sinto por ti. No "meu cantinho especial" tem lá, guardada, aquela carta que escrevi pra ti, que entreguei-lhe com o coração na boca. Você faz de tudo para me agradar. E eu já perdi as contas das vezes em que me irrito, ou me magôo com algo e você tenta consertar - foram raras as vezes que eu fui atrás, mas não foi por falta de vontade.
       Eu só queria que você falasse o que sente de verdade. Aliás, você sabe o que sente por mim? Por que eu sei que você sente algo, mas eu não entendo o que, exatamente, é esse sentimento. Será que você poderia me explicar? Você diz estar confuso, eu estou confusa, mas nenhum dos dois se explica, aí nós ficamos assim, incompreendidos... Dramáticos! É isso que somos: D-R-A-M-Á-T-I-C-O-S! Mas acho que não teríamos vivido nada até aqui, se não fossemos assim... E é assim que tem que ser. Ora doído, ora perfeito.

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